No artigo “Tenho mais de 30. Cadê meu príncipe?”, falamos sobre a necessidade da mulher
descobrir os seus valores para que possa então, buscar e encontrar um parceiro adequado e
alinhado com ela.

Mas e quando já temos um parceiro? Muito se fala sobre encontrar alguém, mas o mais
desafiador em qualquer relação é fazer com que ela dure. Manter uma relação é uma arte que
requer prática e habilidade. Muitas amigas e clientes se queixam por não conseguirem engatar
numa relação de longo prazo.

Afinal, no início, tem-se a fase da paixão, da novidade, onde tudo parece perfeito. Defeitos são
minimizados, qualidades enaltecidas. Com o passar do tempo, a intimidade aumenta, o casal
vai se acomodando na relação, existe um relaxamento de ambos os lados. É então que
passamos a conhecer de fato o parceiro.

Então, certas atitudes começam a incomodar, certas palavras a magoar, certos gestos a irritar.
Até onde ceder? Até quando aguentar atitudes que nos irritam ou que parecem descaso ou
falta de consideração? Até que ponto devemos abrir mão ou passar por cima de convicções
nossas para acomodar as do outro?

Recorremos então, às mulheres que têm relações sólidas e duradouras, muitas com mais de
dez, quinze, vinte anos de duração para saber qual o segredo delas. Todas, sem exceção,
afirmam que não é fácil. Exige admiração, dedicação, paciência, carinho, flexibilidade e
inteligência emocional, além da vontade dos DOIS de fazer a coisa dar certo. Afinal, toda
relação é uma via de mão dupla. Não adianta um remar para direita e o outro para a esquerda.
Os dois têm que remar para o mesmo lado.

Mas como só podemos falar por nós, mulheres, e por aquilo que depende de nós, foquemos
na parte feminina da relação. Um bom autoconhecimento e uma boa autoestima são fatores
imprescindíveis para que uma relação possa durar. Quanto melhor nos conhecemos, mais
conseguimos impor limites ao parceiro, mais conseguimos nos posicionar com relação a
qualquer assunto. A boa autoestima só vem reafirmar isso. A mulher que se valoriza cede até
onde sente que não estará se violentando, se desrespeitando.
É muito comum ouvir de algumas clientes que procuram melhorar sua relação que “deixaram
o homem mal acostumado” no início da relação e, quando perceberam que estavam se
anulando em função dessa relação, era tarde demais para voltar atrás. A frase “ele é assim
mesmo e não vai mudar” também é muito usada para justificar atitudes que incomodam. Por
outro lado, ninguém muda ninguém. As pessoas só mudam quando faz sentido para elas.
Se você sentir que se enquadra nesse time do “princípe virou sapo”, talvez seja o caso de
reavaliar a sua relação. E esse processo passa por uma reavaliação interna, muito mais do que
externa. Faça diferente, tente reconstruir a relação. Já tentou de tudo para melhorar? Já agiu
de maneira diferente para obter resultados diferentes? É bastante comum a mulher entrar
num looping de vitimização, olhando só para o seu lado da história e transformando o parceiro
num monstro egoísta e incurável. Que tal olhar o lado do parceiro e tentar entender o porquê
de certas atitudes dele? Será que elas não são mera reação às suas ações?

Um processo de coaching pode ajudar e muito nessa fase de “olhar para dentro”. Auxilia a
entender certas inseguranças, padrões que repetimos sem nem perceber e que podem estar
deteriorando a relação.

Agora, se depois desse processo de autoanálise você concluir que já tentou de tudo sem
resultado, talvez seja a hora de ser honesta com você mesma e verificar se vale a pena
continuar, literalmente, engolindo sapo!